terça-feira, 21 de julho de 2009

AMAZÔNAS : Ibama não está interessado em conceder licença para obras da BR-319

Fonte: Cleidimar Pedroso Especial para o EM TEMPO
Fotos:Dupará Noticias
Uma nota divulgada hoje, pela coordenação responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da BR-319 (Manaus - Porto Velho), aponta que os analistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) demonstram que não estavam interessados em conceder a licença ambiental para reconstrução da rodovia federal.
“Em nenhum momento os analistas demonstraram interesse em avaliar o estado atual da rodovia e das áreas em seu entorno. Acreditamos que a intenção dos analistas era encontrar justificativas para desqualificar o trabalho realizado”, afirma o comunicado. O parecer do Ibama, reprovando o estudo, foi divulgado no dia nove deste mês aumentando a incerteza sobre o licenciamento ou não da reconstrução da rodovia que pode tirar o Amazonas do isolamento do restante do Brasil. O EIA foi elaborado para licenciar a reconstrução do trecho entre os quilômetros 250 e 655,7 da BR-319,

trecho em obras de construcao de ponte
único trecho de toda rodovia que precisa ser refeito. Segundo os responsáveis pelo EIA, os três analistas ambientais do Ibama, incluindo Wanderlei Reinecke, citado nominalmente na nota, não seguiram o planejamento feito pelos próprios analistas, técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), pesquisadores responsáveis pelo estudo e pelo Exército Brasileiro, que cedeu um helicóptero para fazer o deslocamento da equipe em três pontos ao longo da BR-319 durante uma vistoria ocorrida em maio deste ano.Os pesquisadores declaram que os analistas se recusaram a entrar nas trilhas que davam acesso aos pontos estudados ao perceberem que o terreno era lamacento. “Provavelmente pelo fato de não estarem devidamente preparados para tal atividade, pois não dispunham de botas e facão”, aponta o comunicado.De acordo com informações dos pesquisadores, Wanderlei Reinecke disse que “naquele local não havia vestígios de acampamento algum e que não existiam trilhas abertas do referido módulo além de informar que iria retornar para a aeronave”. O analista não encontrou os vestígios dos acampamentos feitos pela equipe de pesquisadores durante a coleta de dados realizada em fevereiro porque se recusou a caminhar na trilha, diz o comunicado. Os técnicos queriam comprovar se de fato as análises para elaboração do EIA foi feita.As trilhas que dão acesso ao local onde os pesquisadores acamparam têm cerca de 500 metros a partir da rodovia, com a finalidade de manter a entrada das áreas pesquisadas oculta para pessoas que porventura passem pela rodovia. Além disso, a distância isenta a área pesquisada dos efeitos da rodovia. Os pesquisadores avaliam que a atitude dos analistas foi de “jogar dinheiro público no ralo, na medida em que foi usado helicóptero do Exército Brasileiro e despendido tempo de pesquisadores”.“Pesquisadores não podem inventar, ocultar e/ou distorcer dados. A fidedignidade de dados de campo é condição indispensável para o trabalho científico. As ilações feitas no parecer pelos analistas do IBAMA, são incompatíveis com o comportamento ético esperado em um servidor público”, concluem os pesquisadores.ParecerNo parecer que reprovou o estudo consta que o “EIA não reúne as mínimas condições e informações que permitam avaliar a viabilidade ambiental do empreendimento”. O Estudo de Impacto Ambiental foi elaborado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) a convite do Dnit.Os técnicos do Ibama entendem que o EIA possui “graves falhas nos diagnósticos dos meios físico e biótico”. Além de orientar que os estudos desses dois temas sejam refeitos, a determinação do Ibama aponta a necessidade de complementações dos estudos socioeconômicos.

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