quinta-feira, 16 de abril de 2009

Amazonas -Manaus :Metade do Amazonas embaixo d’água

A cena das águas chegando às áreas urbanas de Manaus já está se integrando ao cotidiano da cidade
Fonte:Jacira OliveiraEquipe do EM TEMPO

GOVERNO DECRETA EMERGÊNCIA GERAL
Metade dos 62 municípios do Amazonas já está em situação de emergência em função das cheios dos rios da região. Até ontem, 19 tinham a situação homolgada, oito já estavam com decretos municipais e outros quatro estavam concluindo seus relatórios. Diante do quadro, o governador Eduardo Braga decidiu, ontem à noite, decretar a situação de emergência para todos os 62 municípios do Estado, estendo a eles as ações de emergência e o acesso às ações sociais, de crédito e de financiamento. O decreto atendeu à recomendação da Defesa Civil do Estado. Ontem mesmo o governador entrou em contato com o Bradesco para viabilizar a abertura de contas individuais para depósitos de R$ 300 que serão repassados a título de ajuda financeira para as famílias que forem apontadas no relatório da Defesa Civil como as mais atingidas pelas cheias. Ele também anunciou quais as medidas emergenciais que serão adotadas e todos os organismos que estarão envolvidos na ajuda às populações atingidas. Braga assinou o decreto antes de viajar ao Rio de Janeiro, onde se encontra com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até o final da tarde de ontem, 31 dos 62 municípios do Estado já estavam em situação de emergência. O decreto do governador se sobrepõe às situações individuais porque o Estado entende que o risco é igual para todos e chama para si as responsabilidades sobre o plano macro de atendimento emergicial aos municípios.Mais de mil comunidades do interior do Amazonas estão enfrentando graves problemas provocados pelas cheias dos rios. Muitas perderam suas casas e outras tantas perderam casa e produção, e agora estão totalmente dependentes da ajuda do Poder Público. Segundo a Defesa Civil do Estado, até a semana passada já era 15 mil o número de famílias atingidas pelas cheias em todos os municípios. Ou 85 mil pessoas, levando-se em conta a média brasileira de cinco pessoas por família. Dos 31 municípios em situação de emergência, só Manaus teve a homologação parcial, especificamente nas Zonas Leste e Norte por outros motivos que não as cheias dos rios. Nessas áreas, os problemas são as chuvas que trazem riscos de enxurrada, deslizamento de terras e soterramento de casas. O quadro tende a se agravar com a subida das águas em níveis surpreendentes. Nos dez últimos dias, de acordo com os relatórios do Serviço Geológico do Brasil, os rios estão subindo, em média, cinco centímetros ao dia.No último boletim de monitoramento do CPRM, o rio Javari era o que apresentava situação mais tranquila, com o nível da água a 1,50 cm da cota de emergência; no rio Juruá, o município de Eirunepé já se encontra a 32 cm da cota de emergência, enquanto em Forte das Graças, um dos pontos de observação do CPRM, o nível já superara o de emergência em um centímetro, estando sete centímetros acima da maior cheia já registrada naquela região, em 1999. O rio Japurá, segundo o boletim, permanece em processo de enchente, com os níveis da água acima da cheia máxima registrada, em 1989. No rio Purus, o município de Lábrea já se encontrava a 61 cm da cota de emergência. E no rio Madeira, o município de Borba já superou em quatro centímetros a cota de emergência. A região mais afetada é a do rio Solimões, onde os níveis da água estão acima de todas as estações já monitoradas. Benjamin Constant, Tabatinga e Tonantins, que já estavam em situação de emergência, são os casos mais graves.

Nenhum comentário:

Postar um comentário