quinta-feira, 30 de abril de 2009

Belém : Paciente com suspeita de gripe suína fica isolado

Fonte: Diario Do Pará on line

O paciente com suspeita de gripe suína recebe um tratamento especial no hospital em que é internado. No trajeto até a unidade, o enfermo necessita de cuidados acima do normal para não transmitir a doença nem piorar seu estado de saúde, conforme especialistas ouvidos.Além de apresentar sintomas de gripe comum --como febre acima dos 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal--, a pessoa só deve levantar a possibilidade de estar com a nova doença se preencher alguns requisitos básicos. "O paciente não deve se preocupar se não viajou para México, Estados Unidos ou Canadá [focos da doença] e não teve contato próximo de pessoas que foram para esses países", afirma o pesquisador Cristiano Barros de Melo, professor de doenças infecciosas em animais domésticos da UnB (Universidade de Brasília). A pessoa que se enquadra neste padrão deve, primeiro, procurar um posto médico, onde serão coletadas secreções como o escarro ou sangue. Essas amostras, então, são encaminhadas a laboratórios específicos, como o Adolfo Lutz, em São Paulo, e o da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio. Do hospital, o paciente deve ser levado a uma unidade referência no tratamento da doença --no caso de São Paulo, os hospitais das Clínicas, Emílio Ribas e São Paulo. O veículo ideal para o trajeto até o hospital é a ambulância. "Mas pode ser levado por amigos ou parentes em carro particular, mesmo", afirma o médico infectologista Ivan Marinho, do hospital São Camilo. "Basta que o paciente e o condutor usem máscara cirúrgica para prevenção", diz. Ao chegar ao local, o paciente é isolado em um quarto onde o ar é constantemente renovado e filtrado. "O ar é renovado de 6 a 12 vezes por hora", afirma o especialista. Tirando a parte técnica, o quarto é como outro qualquer: possui móveis, televisão, e banheiro. Para entrar, médicos e enfermeiros usam avental, luva e máscara do tipo N95 (mais grossa do que as convencionais, elas têm maior poder de filtragem para partículas). Laboratório Enquanto o paciente aguarda no hospital, o material colhido para análise segue para laboratórios. Lá é feito um exame específico que detecta sete tipos diferentes de vírus. Um dos tipos é o influenza A. "Se o teste der para qualquer [tipo de vírus] que não seja o influenza A, pode descartar a suspeita", diz o infectologista Celso Granato, chefe do setor de virologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). "Esse teste por exclusão serve para colocar a pessoa num grupo de candidatos", afirma. Mesmo que aponte para esse tipo de vírus, ainda não se pode afirmar, com exatidão, se o paciente está com gripe suína ou não. "Há centenas de tipos de gripes", diz Granato. Na quarta-feira (29), a OMS (Organização Mundial de Saúde) disponibilizou ao Brasil o genoma do vírus, conforme informou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Segundo Granato, com a sequência do vírus os laboratórios poderão fazer "um teste molecular para detectar especificamente o vírus da gripe suína". Caso seja confirmado gripe suína, ele permanece em tratamento até ser liberado. Quando o paciente recebe alta, o quarto onde esteve recebe higienização normal. "Apesar de altamente transmissível, o vírus H1N1 [da gripe suína] é tão sensível aos antissépticos normais como outros vírus", diz Marinho.

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