segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pará :Enchentes levam caos a várias regiões do Pará

Em Santarém, os rios Amazonas e Tapajós inundaram ruas e atingiram o centro comercial.
Fonte:Diário do Pará
Foto: Manoel Cardoso

Continua grave a situação dos municípios paraenses atingidos pelas enchentes. Só para a região do Baixo Amazonas serão enviados, entre hoje e amanhã, cerca de 10 mil cestas básicas, 1,3 mil kits e 880 redes de ajuda humanitária. Em Santarém, o nível do rios Tapajós e Amazonas, que banham a cidade, continua subindo. Segundo a técnica da Defesa Civil do município, Eliene Amaral, no dia 30 de abril, a água alcançou 8,84 metros de altura. No dia 1° de maio, a marca chegou a 8,96 metros e no sábado recuou cerca de dois centímetros, estabilizando em 8,94 metros.

Ainda de acordo com Eliene, por causa disso, cada vez mais bairros estão sendo incluídos na lista vermelha do município. Em 27 de março, 15 bairros estavam declaradamente em situação de emergência. Ontem, já eram 20. As famílias desabrigadas, segundo ela, estão sendo levadas para escolas municipais. “A situação também está se agravando no interior. Nós chegamos a uma localidade, na área de várzea, chamada Boca de Cima do Aritapera, onde nós encontramos as pessoas abrigadas dentro das canoas que elas usam para trabalhar”. Já o major Augusto Almeida, da Defesa Civil do Estado, informou que apenas em Santarém passa de 6 mil o número de famílias afetadas. “Como a chuva continua, existe o indicativo de agravamento da situação”.

Segundo a Defesa Civil, o número de pessoas desabrigadas ou atingidas pela cheia nas zonas urbana e rural já ultrapassa 20 mil. No início da tarde de ontem, segundo dados da Delegacia Fluvial, a régua fluviométrica instalada no píer do porto da CDP registrou 8 metros e 88 centímetros, o que revela que esta já é maior enchente da história, pois superou em mais de 10 centímetros a cheia registrada em 1953, que era considerada como a maior de todos os tempos.

Muitas famílias estão sendo obrigadas a abandonar suas casas para buscar abrigo em locais seguros. Na área urbana, a situação é mais grave nos bairros do Mapiri, Caranazal, Uruará, Aldeia e no Centro, onde centenas de casas e estabelecimentos comerciais estão embaixo d’água. No interior do município, as comunidades da várzea são as que mais sofrem com a cheia. Porém, algumas comunidades da terra firme já sentem os efeitos da enchente. Apesar de a prefeitura ter instalado várias bombas de sucção na cidade, especialmente na orla, a água invadiu grande parte do centro comercial, alagando dezenas de lojas, principalmente a av. Tapajós e a Lameira Bittencourt, onde quarteirões inteiros estão debaixo d’água. No trecho da av. Tapajós que vai do Mercado Modelo à tv. Augusto Montenegro, o nível da água está cerca de um metro acima do asfalto e só é possível atravessar de canoa. Lojas, supermercados e farmácias foram alagadas e tiveram que fechar.

Muitos comerciantes construíram batentes nas portas, mas a medida não tem dado certo, pois em alguns casos a água já ultrapassa a contenção. Uma outra medida foi a construção de pontes de madeira.

Ruas foram interditadas em Santarém

Por causa dos alagamentos, várias ruas foram interditadas, o que provocou dois novos problemas: falta de estacionamento para veículos e tumulto no trânsito. Nos locais onde antes transitavam veículos, hoje o trânsito é de canoas, sendo que uma travessia entre o cais e a terra firme custa entre R$ 1,00 (sem carga) e R$ 2,00 (com carga).

Outro ponto crítico da cidade, também na avenida Tapajós, está às proximidades do prédio da Delegacia Fluvial, onde a água está quase um metro e meio acima do asfalto e já alagou o trecho entre as travessas Felisbelo Sussuarana e 2 de Junho. Nessa área, lojas, residências e até uma empresa de reciclagem de lixo estão inundadas.

Por medida de segurança, esta semana, a prefeitura interditou um trecho de aproximadamente 150 metros do cais de arrimo, pois o local apresenta rachaduras e risco de desabamento.

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