sábado, 21 de março de 2009

Rondônia - PORTO VELHO :Acervo do museu será periciado


Fonte: Jornal Diario da Amazonia Porto Velho

A situação de abandono do acervo do Museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) fez com que o Ministério Público Federal (MPF) recomendasse ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a nomeação de um perito para avaliar a condições de manutenção e guarda.Fazem parte do acervo do museu objetos que marcaram a história de Rondônia. São peças da época da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, conhecida como “Ferrovia do Diabo”, marcada pelo alto custo em vidas humanas e pelas dificuldades encontradas por seus construtores. Todo o material está depositado em um galpão da Marinha e a responsabilidade pela sua conservação é da Divisão de Patrimônio Histórico, um dos departamentos da Fundação Cultural Iaripuna. “Nós estamos fazendo a limpeza periodicamente”, informou a vice-presidente do órgão municipal. O acervo do museu está acomodado no Complexo Turístico Ferroviário de Porto Velho, em um galpão administrado pela Marinha do Brasil. As peças históricas estão ensacadas e etiquetadas por causa da poeira, umidade e condições insalubres do local. Várias denúncias sobre o abandono do acervo foram feitas ao Ministério Público e aos órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio histórico, como o Iphan e a Fundação Iaripuna, que faz a guarda do acervo.E é por esse motivo que o MPF em Rondônia emitiu uma recomendação para que o Iphan nomeasse um perito especializado para avaliar a situação das peças do acervo do Museu. “A gente trabalha em parceria com o MPF na preservação de bens tombados e já nomeamos um especialista em museologia do Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), que recentemente foi desmembrado do Iphan, para fazer a perícia”, destacou o superintendente Regional do Iphan de Rondônia e Acre, Beto Bertagna. A perícia será feita na próxima semana.Caso sejam detectadas irregularidades no local e no acervo, a Fundação Iaripuna, que detém a guarda do acervo, responderá pelos danos. AutorizaçãoOntem, a equipe do Diário do Amazônia entrou em contato com o presidente da Fundação Cultural Iaripuna, Altair dos Santos, para solicitar uma visita ao local onde o acervo está depositado, para conferir as suas condições. O resultado não foi diferente da primeira solicitação, no dia (12/02) e da segunda, no dia (16/02): “Nós não podemos autorizar essa entrada no local, precisamos de uma autorização da Marinha. Existe todo um processo com cadastro e outras informações”, disse Altair.Ele garantiu ainda que as peças estão envelopadas e etiquetadas adequadamente, e não correm risco de deterioração: “Estão todas identificadas e recentemente passaram por um plano de limpeza. Estamos esperando um perito e uma museóloga que virá de fora para nos dar orientações em como proceder”.O museu traz amostra de pertences do patrimônio da ferrovia. Dentre estes pertences, estão móveis de escritório, relógios de ponto dos ex-ferroviários, carimbos, máquinas calculadoras e de datilografia e cofres. O acervo da ferrovia também inclui velhas locomotivas e vagões de passageiros recuperados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário