
Equipe do EM TEMPO
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O saldo negativo é resultado da enchente do Rio Negro. Além da queda no volume das construções de balsas, os estaleiros já tiveram, pelo menos, 70% dos serviços de reparos comprometidos. Alguns estaleiros deram ‘férias’ forçadas aos trabalhadores.
O elevado nível das águas deo rio Negro tem atingido ‘em cheio’ a produção das indústrias navais que atuam no entorno da capital amazonense. A enchente, considerada a maior dos últimos 40 anos, já comprometeu pelo menos 70% dos serviços de reparos em embarcações nos estaleiros de Manaus. Já na demanda para novas construções de balsas, a queda registrada foi de 40%.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Indústrias Navais do Estado do Amazonas, Ivan Salmito, a situação ficou crítica desde o início de março e deve se estender até o final do mês de junho. “Isso é preocupante, pois são quatro meses com as atividades comprometidas”, ressaltou.
“Não há espaço suficiente qu comporte as carreiras de balsas encostadas para reparo, está tudo alagado”, disse Salmito, ao explicar que o processo de docagem (retirada da embarcação do rio até a terra) está impedido de ser feito por conta da enchente. “A paralisação dessa ação tem uma influência muito grande em todo o processo de trabalho das empresas do setor”, completou.
Salmito disse ainda que a Marinha não tem emitido autorizações de serviços para reparo de embarcações de grandes proporções. “É necessário que a balsa seja trazida para a terra, para que assim a Marinha realize a vistoria e libere o serviço de manutenção”, explicou.
O diretor comercial do Estaleiro Rio Amazonas (Eram), Sérgio Goberto, afirmou que, na sede matriz da empresa – na orla do bairro São Raimundo, Zona Oeste – mais de 70% da área está alagada e que não há como receber novas demandas de serviços. Segundo o diretor do Eram, tanto funcionários como embarcações estão sendo transferidos para a filial da Compensa, onde há melhores condições de trabalho. “Mesmo assim só estamos trabalhando com embarcações de pequeno porte, de até 30 metros, mais que isso não tem como”, expôs Goberto.
Essa é a mesma situação do Estaleiro Estaman, na Colônia Antônio Aleixo, Zona Leste, que, desde abril, reduziu o número de encomendas e agora só trabalha com pequenas embarcações. “A sorte é que temos uma carreira muito grande, e parte dela ainda está fora d’água. Se continuar a chover, é provável que até ela fique comprometida”, avaliou o assistente administrativo da empresa, Wilson Amaral. Ele explicou que parte da estrutura do estaleiro foi inundada, e o pátio já está diretamente ligado à balsa.
Para o presidente do Sindicato das Indú
Apesar disso, Amaral garantiu que o serviço da empresa ainda não está todo prejudicado. “Uma das carreiras já foi para o fundo, e não tem como ser utilizada. Ainda estamos conseguindo trabalhar porque temos essa outra carreira maior”, informou.
Já o Estaleiro Ponta Branca, no Educandos, Zona Sul, não tem a mesma alternativa. Com apenas carreiras pequenas disponíveis, o trabalho está todo parado. A previsão do proprietário da empresa, Raimundo Elgaly, é de que os serviços voltem a funcionar apenas em julho. “Torço para que as águas comecem a baixar no final do mês que vem, mas as condições para trabalhar só serão favoráveis lá para o dia 10 de julho”, lamentou.
Criação do polo é a soluçãostrias Navais do Estado do Amazonas, Ivan Salmito, a implementação do polo naval é primordial para evitar grandes prejuízos em tempos de cheia. Segundo ele, a dificuldade acontece sempre, mas as últimas situações desastrosas foram causadas este ano e em 1999, quando o rio atingiu maiores proporções na cheia. “Os estaleiros de Manaus não possuem localizações geográficas apropriadas, por isso temos essa dificuldade”, enfatizou Salmito.
Conforme avaliou, um polo apropriado para abrigar essas empresas, com localização viável e estrutura planejada, evitaria situações de prejuízos como a atual. “Hoje as indústrias formam um amontoado em frente à cidade de Manaus”, criticou.
O Sindicato aguarda a conclusão dos estudos para apontar as áreas viáveis e o formato do projeto de viabilização do novo polo naval do Estado. “A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) montou em 1967 o Polo Industrial de Manaus (PIM) com três vieses: o industrial, o agropecuário e o naval, este último foi o único que ainda não foi consolidado. Continuamos a mercê das enchentes”, concluiu.
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