quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

AMAZONAS - PREVENÇÃO E COMBATE

fontes:jornal maskate manaus
Remédio contra dengue já está à venda
Já está à venda nas farmácias do Rio o primeiro remédio que ajuda a combater os sintomas da dengue. Trata-se do Proden, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no fim do ano passado. Segundo o médico que desenvolveu o medicamento — um composto homeopático que tem em sua composição veneno de cascavel — testes mostraram que o remédio facilita a recuperação da doença e ajuda a preveni-la.
De acordo com o registro da Anvisa, a versão em comprimidos do Proden ameniza os sintomas da dengue e pode ser comercializada sem receita médica. “Ela não causa efeitos colaterais e reduz muito o tempo de recuperação dos doentes”, explicou o farmacêutico Ezequiel Viriato, do Laboratório Homeopático Almeida Prado. Ele faz um alerta: “Não significa que as pessoas com sintomas devem deixar de ir ao médico e parar de combater o mosquito”.
O remédio foi desenvolvido pelo pesquisador da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e médico Renan Marino. A idéia de fazer o composto surgiu durante uma epidemia em São José do Rio Preto, onde pacientes que haviam contraído os tipos 1 e 2 da dengue estavam pegando o tipo 3. “Os sintomas são semelhantes, embora em intensidades diferentes”, disse Marino.
Segundo o médico, 80% de um grupo de 20 mil pessoas para o qual foi distribuído o medicamento não tiveram a doença, o que indica que, apesar de não ser uma vacina, o Proden pode prevenir a dengue. A dosagem para o tratamento e prevenção, entretanto, é diferente.
Marino explicou a presença do veneno de cobra: “Uma pessoa que é picada tem hemorragia. Quando o veneno é usado em medidas homeopática, ele reverte esse efeito. Isso era conhecido na literatura médica, mas fizemos testes em ratos mostrando que os animais tratados com o composto recuperavam plaquetas sangüíneas”.
Usado pela Prefeitura de Macaé durante uma epidemia, o remédio já é bastante procurado no Rio, onde é vendido por preços entre R$ 30 e R$ 34. “Recebi ontem e já vendi três”, contou o gerente de uma farmácia no Centro, Luiz Costa, 60 anos. Ele não descarta usar o remédio: “Ano passado, minha filha e sobrinha tiveram a doença. O número de plaquetas delas desceu muito. Ainda bem que este ano parece ter menos casos”.

VERSÃO GENÉRICA
Fiocruz produz remédio contra Aids
O primeiro lote da versão genérica do Efavirenz, produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi entregue ontem, segunda-feira (16) ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no Complexo Tecnológico de Medicamentos (Farmanguinhos), em Jacarepaguá (RJ). O medicamento é uma das 17 drogas que compõem o coquetel anti-Aids, consumido por 85 mil dos 185 mil pacientes atendidos pelo Programa Nacional de DST/Aids. Durante o evento, a Fiocruz homenageou Herbert de Souza, o Betinho, como patrono da produção antirretroviral de Farmanguinhos. "A produção nacional do Efavirenz é um marco para o programa de combate à Aids. Trata-se de uma garantia de atenção aos portadores do HIV e demonstra a capacidade nacional de pesquisa e produção de medicamentos", afirma o ministro Temporão.
Os 2,1 milhões de comprimidos devem ser utilizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Espírito Santo - estados onde vivem cerca de 62% dos pacientes que usam o Efavirenz. Até o final de 2009, a fundação enviará ao Ministério da Saúde um total de 15 milhões de unidades. O consumo nacional atual é de 30 milhões de comprimidos por ano, que serão garantidos também pelo recebimento de 16 milhões unidades do laboratório indiano Aurobindo. A expectativa é que a partir de abril de 2010 o consumo do Efavirenz seja 100% nacional.
A formulação do genérico brasileiro do Efavirenz é resultado de uma parceria público-privada. Os laboratórios oficiais Farmanguinhos e Lafepe desenvolveram a tecnologia e a produção final do medicamento, e um consórcio formado por três empresas fabricam do princípio ativo. O Efavirenz será o 8º medicamento do coquetel produzido por Farmanguinhos. Os outros são o Zidovudina (AZT), Lamivudina (3TC), AZT+3TC, Estavudina, Indinavir, Nevirapina e Saquinavir. Ao todo são 17 os medicamentos utilizados com coquetel anti-aids.

Licenciamento
A decisão de declarar o licenciamento compulsório do Efavirenz foi tomada pelo ministro Temporão em 2007, ao final de um processo de negociação frustrada entre o laboratório Merk e o Ministério da Saúde. A proposta brasileira era que o laboratório praticasse o mesmo preço pago pela Tailândia, de US$ 0,65 para cada comprimido de 600 mg. O Brasil pagava, à época, US$ 1,59. A diferença entre os preços praticados pelo mesmo laboratório para os dois países era de 136%. A empresa propôs uma redução de apenas 2%,que foi recusada pelo governo brasileiro.
Após licenciamento compulsório, o Ministério da Saúde passou a importar da Índia genéricos pré-qualificados pela OMS - por meio de organismos internacionais (Unicef e Opas). O primeiro lote do medicamento genérico chegou ao Brasil em julho de 2007. Essa medida provocou um impacto imediato de US$ 30 milhões de economia para o País.

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