terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

AMAZONAS - O beiradão amazônico é, definitivamente, terra de ninguém.

fonte:jornal maskate de manaus

fotos:jornal emtempo manaus

O beiradão amazônico é, definitivamente, terra de ninguém.
A queda do avião Bandeirante Emb-110, fabricado pela Embraer, há mais de duas décadas, que caiu anteontem no rio Manacapuru, a 80 quilômetros de Manaus, matando 24 pessoas, foi provocada por excesso de lotação, uma prática comum nos ares e nas embarcações que cortam os rios da região. Não há controle, nem castigo, muito menos perdão para o vale-tudo provocado pela ausência da autoridade que fiscaliza e aplica a legislação em vigor. Dos 28 passageiros embarcados em Coari, que viriam para uma festa em Manaus, no aniversário de Omar Melo, um ex-traficante que se orgulha de ter pago as próprias contas com a justiça, apenas quatro sobreviveram. A aeronave levava mais passageiros do que previa a capacidade máxima registrada para seu funcionamento, segundo registro na Agência Nacional de Aviação Civil. Na manhã do Domingo, o Corpo de Bombeiros de Manaus - que agiu com rapidez e eficiência - deu por encerradas as buscas por vítimas no local do acidente. Com a ajuda de uma balsa e um trator de esteira, a aeronave foi içada à superfície, onde peritos da Aeronáutica começaram a investigar as possíveis causas do acidente.
Nostalgia e tragédia
A festa de aniversário do "empresário" Omar Melo Junior iria ocorrer no sábado à noite no Clube Nostalgia, do bairro da Cachoeirinha, em Manaus, com duração prevista até a noite deste domingo, ou até a última grade de cerveja. No lugar da resta sobrou comoção e dor. Foi Omar quem contratou a agência L Tur, de Coari, a aeronave sinistrada cujo vôo era de responsabilidade da empresa Manaus Aerotáxi. Um de seus assessores, de nome Mateus, contratou a viagem por R$ 6 mil, depois de regatear o preço fixado inicialmente em R$ 8 mil. Vinte e três pessoas eram convidadas de Junior para uma festa, os demais passageiros que embarcaram de última hora, o piloto aceitou para amenizar o "prejuízo". Alem desses, o piloto César Leonel Grieger, 47, e o co-piloto Danilson Cirino Ayres da Silva, 23, completavam as 28 pessoas a bordo, das quais sete crianças, na contagem das equipes de resgate. Segundo a Aeronáutica, tanto o avião quanto a tripulação estavam com suas licenças em dia. O Cenipa, órgão da Aeronáutica que investiga acidentes aéreos, já apura se o excesso de peso contribuiu para a queda do avião. Foi o maior acidente aéreo do país desde a queda do avião da TAM, em 2007, que matou 199 pessoas.

Salve-se quem puder
No portal da empresa, a aeronave consta como habilitada a transportar 16 passageiros, embora o vice-presidente da Manaus Aerotáxi, Marcos Pacheco, afirme que a empresa descarta que tenha havido problemas de sobrepeso ou superlotação na aeronave. Na versão da empresa, a agência de turismo informou que o vôo teria oito crianças de colo, de até dois anos, que não contam como passageiros, e 18 passageiros sentados. Ele prefere atribuir ao mau tempo ou uma possível falha no motor como causa da queda. Na verdade, segundo uma das sobreviventes, havia crianças de 8 e 9 anos no colo dos passageiros, embora uma portaria da Anac, de 2000, permite um acréscimo de 30% de passageiros crianças com até dois anos. No site da Anac está descrito que a aeronave tem capacidade para 19 passageiros. Já o site da Manaus Aerotáxi informava que cabem 16 - na noite de ontem, a página foi substituída por uma nota de pesar. A Anac não esclareceu o porquê da diferença. A Embraer, fabricante da aeronave, informou que cabe às autoridades de aviação determinar a capacidade do avião e que o total de passageiros depende de cada avião.

Riscos e ameaças
Em junho último, 48 pessoas morreram na embarcação Comandante Sales, que naufragou na região de Manacapuru com excesso de passageiros. Nada aconteceu com seus proprietários e em menos de dois meses a embarcação voltou a circular pelos rios da região com a mesma licença dos órgãos de fiscalização. Uma impunidade que ceifa vidas e assegura os empresários dos transportes a fazerem o que bem entendem. As aeronaves que cortam os céus amazônicos e que usam os aeroportos menores, tipo Aero-clube, em Manaus, não sofrem maiores fiscalização dos responsáveis. E quase todos atuam acima de sua capacidade de peso. É uma forma de compensar as distancias e elevados custos de manutenção, diz Magalhães F., piloto aposentado que já viveu várias aventuras de risco e pousos de emergência justamente por excesso de peso que as empresas o obrigavam a transportar. "Se você reclamar vai pro olho da rua".

Dor e contravenção
O ex-traficante Omar de Melo Júnior, o "Omarzinho", jamais imaginou que seu sonho de reunir a absoluta maioria de seus familiares numa festa de seu aniversario fosse acabar em tragédia com a morte de 20 familiares que estavam entre os 28 passageiros do EMB 110 Bandeirante, prefixo PT-SEA. De uma família de 11 irmãos, cinco morreram no acidente - Mercicleide Oliveira Melo conhecida como "Cristina", Hosana, Jonas, Daniel, Merciclei, todos de souza Melo, além de Janete Melo dos Santos a "Neca". Além desses, Mercicleide morreu junto das filhas menores: Camile e Maria Eduarda; Hosana com o filho Anads Júnior, Daniel estava com a mulher Thamara e o filho Daniel Júnior, Janete com o marido Adalto Santos, os filhos Emanuel e Júlia, além do neto Laio; Merciclei estava com o marido Evandro Costa e o filho Emanuel, de apenas sete meses de idade. O cunhado de Evandro, João Liberal, também estava no vôo e morreu com as filhas Stephanie e Natália. Yan e Erick, conseguira m sobreviver. Jonas Melo, outro irmão de Omarzinho, também morreu no acidente. Em Coari, na manhã desta segunda-feira, a dor se espalhou pela cidade inteira na hora do enterro das vítimas pois a família era muito querida no município. É bem verdade que a família Melo também é conhecida em Coari por ter envolvimento com o tráfico de drogas. Em dezembro de 1995, Neca, o marido Adalto e Evandro, foram presos na cidade. Segundo o site do Tribunal de Justiça do Amazonas, eles respondem a um processo por este crime.
COMENTARIOS - Por Arnold Farias :AQUI NOS CONFINS DA AMAZÓNIA ISTO PARECE ATE UMA COISA COMUM, FALAM ,FALAM, E DEPOIS SE CALAM E FICA TUDO CERTO ESTE E MAS UM CAPITULO DA NOSSA NOVELA NA AMAZÓNIA ONDE VIDAS NÃO TEM VALOR CAIR UMA AVIAO OU AFUNDAR UM BARCO DA TUDO NO MESMO TODOS FICAM INDIGNADOS MAS NÃO FAZEM NADA PARA MUDAR ESTA TRISTE REALIDADE AMAZÓNICA SEM FOSSE EM SÃO PAULO AI SERIA TOTALMENTE DIFERENTE IRIAM LOGO PEDIR UMA CPI PARA SABER DA ANAC POR QUE TINHA MAS PASSAGEIROS QUE O PERMITIDO E PROVAVELMENTE IRIAM LOGO MEXER NA LEGISLAÇÃO , SÓ ENTRE NOS COLOCAR O RATO PARA VIGIAR O QUEIJO E UM ABSURDO , COMO PODE A ANAC ACHAR QUE O PILOTO DEVIA SE ENCARREGAR DISTO SENDO UM SUBORDINADO DA EMPRESA, AÉREA . E AINDA SE TRATANDO DE GENTE QUE TEM DINHEIRO QUE ACHA QUE E DONO DO MUNDO IMAGINE A SENA (GENTE SÓ CABE X PASSAGEIRO, MAS ESSE E FILHO DO FULANO VAI... NO COLO ESSE E FILHO DO SICRANO NÃO PODE FICAR ) E ASSIM NÃO TEM FISCALIZAÇÃO AGORA IRÃO CULPA O PILOTO QUE DEUS A TENHA NÃO PODE SE DEFENDER ....
ISTO E UM ABSURDO E VAMOS VER QUANDO E QUE HORA IRA ACONTECER NOVAMENTE PODER SER MAS UM AVIÃO OU MAS UM BARCO ...

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