
CRIADOR DA BANDA DO VAI QUEM QUER
Fontes: Redação Jornal Diario Da Amazonia Porto Velho
Há 29 anos é assim, o general Manelão libera a Banda do Vai Quem Quer e a chuva cai para lavar a alma de quem esperou o ano inteiro pela maior folia do Carnaval da região Norte do país, que rolou solta nas avenidas do Centro de Porto Velho. Tradição é assim, tem que ser mantida. E no sábado não foi diferente. Eram exatamente 17h30min quando

Manelão saiu do chaveiro onde estava concentrada a diretoria da banda, subiu a ladeira da avenida Presidente Dutra rumo à avenida Carlos Gomes, onde a multidão o esperava ao redor do trio elétrico, e as nuvens começaram a se movimentar. E assim que o general disse as primeiras palavras, saudando os fiéis adoradores da Banda do Vai Quer, a chuva caiu. Mas foi só para manter a tradição. Uma chuva rápida abriu passagem para mais de 100 mil pessoas brincar e cantar as marchinhas da banda, uma outra tradição.A marcinha oficial deste ano, a primeira a ser tocada, como quase todas da banda, também era polêmica e foi repetida pelo menos três vez para ninguém esquecer tão cedo. A letra da música “Rondônia que se phurnas”, de Sílvio José Santos, é uma crítica à mortandade de 6 toneladas de peixes no rio Madeira, em dezembro do ano passado, atribuída à empresa Madeira Energia S/A (Mesa), responsável pela construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio. Zé Katraca puxou o verso e a multidão fez coro: “Eu tô na Banda do Vai Quem Quer, aqui a mesa é diferente, a fartura é de mulher”.A multidão cantou, dançou, brincou, bebeu e até brigou, mas nenhum incidente grave foi registrado nas quase quatro horas de folia pelas avenidas do Centro de Porto Velho. As avenidas ficaram estreitas e o empurra-empurra era geral, na área isolada pelo cordão ou fora dele, nas avenidas, ruas transversais, calçadas, sacadas de prédios ou até os galhos das árvores eram disputados por quem queria ver a banda passar. Do alto do trio elétrico, a banda da Banda, com seus puxadores de samba, marchinhas e frevos, animava a multidão com músicas de compositores locais e enredos das escolas de samba de Porto Velho e do Rio de Janeiro. Rejane Castro, Sílvio Santos Jr. e Zé Katraca revezavam no microfone da banda sob o comando do maestro Alkbal Sodré. A multidão respondia no tom e pulava com alegria: “Seu Manelão eu quero mais um dia. Um sábado só é pouco pra eu gastar tanta energia”.
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